10 de fev. de 2012

Bullying solar

               Depois de tempos sem aparecer e muitos pensamentos perdidos, eu estou de volta. Bom a demora em escrever se deve ao fim de ano e a visita de minha irmã.
               Final de ano foi tranqüilo, mas como fiquei em casa comecei a planejar uma comemoraçãozinha, a ceia, e como boa louca que sou, fico tempos pensando, programando e reprogramado tudo. Segundo o marido sou uma verdadeira Monica Geller (aquela do seriado friends), compulsiva ao extremo. Vou contar um exemplo, desde que cheguei ao laboratório que desenvolvo meu projeto de pesquisa, já fizemos várias comemorações, e todas as que organizei, eu passei horas pensando na decoração, horas tentando delegar trabalho as pessoas e horas refazendo o trabalho que havia delegado aos outros. Por que? Porque sou completamente neurótica... Doida varrida pra baixo do tapete. Normalmente, sou de fácil convívio e as meninas (do laboratório) costumam dizer que é difícil me irritar, mas em épocas de organização de festas, viro um monstro, grito, bato o pé, dou ordens e as coisas só são feitas sobre a minha supervisão, todos dizem que viro um mostro, estou tentando melhorar.
               O outro motivo da longa ausência foi que desde dezembro minha irmã estava aqui no Rio comigo, e como nos vemos pouco estava aproveitando sua companhia, e aproveitando para pegar no pé dela, afinal as irmãs mais novas servem pra isso também... Para enchermos a paciência delas... E nos divertimos a custa disso. Beijos Maria, eu te amo e já estou com saudades.
               Depois que as coisas voltaram à santa normalidade, o verão no Rio de Janeiro voltou também à normalidade, ou seja, um calor de 40 e tantos graus. Eu sou calorenta, vivo em uma eterna menopausa como dizem os que me conhecem, estava até animadinha com esse verão, havia dias quentes, mas nada que me fizesse derreter. Eu tava até cantando de galo... Mas, eis que essa semana o calor se instaurou e eu tô aqui morrendo “esbaforida”. E nem adianta comentar que eu venho de Pernambuco, que fica no Nordeste,( pelamor nada de norte, odeio quando dizem que sou do norte, as vezes, tenho vontade de dar de presente mapas do Brasil pra um monte de gente) e que lá é quente e tudo mais... Sei de tudo isso, porém lá tem mais vento e não é tão abafado quanto aqui, vivo repetindo isso e recebendo olhares de reprovação, olhares que querem dizer: “você bebeu ou é maluca assim naturalmente?” Outros vêm com a seguinte legenda: “coitadinha ficou no sol muito tempo mesmo, fritou até os miolos... pensa que Pernambuco fica na Europa”. Mas, o que posso fazer? Acreditem, lá não é tão quente.
               Eu e o sol não morremos de amores um pelo outro, na verdade apenas nos respeitamos, ou melhor, eu respeito ele, pois, ele nem “tchuin” pra mim. Sofro com sua eterna perseguição, sofro um eterno “Bullying solar”. Sou aquele tipo de branquela meio amarelada, e isso já me rendeu até o apelido de amarelinha, colocado por um amigo. Para manter meu tom pálido meio vampiro (que graças a serie crepúsculo entrou na moda) durante o verão, evito sair ao sol (sou daqueles vampiros antigos, os que queimam quando entram em contato com os raios solares, nada daqueles modernos e fashion que brilham na luz do sol), uso boné, óculos, ando pela sombra e abuso com quilos e quilos de protetor solar. Mesmo assim o sol, como bom predador, sempre que me pega distraída (o que se tratando de mim, é bem fácil) apronta comigo. Posso citar como exemplos: já queimei os lóbulos das orelhas por não passar protetor solar na praia, agora eu pergunto: quem lembra de passar  protetor solar nas orelhas? E descascou e tudo. Já perdi a conta das vezes em que fiquei com marca de roupas: camisetas, shorts, sapatilhas e bonés. Já queimei apenas um lado do corpo por ficar em uma janela onde o sol batia em um carro ou ônibus. Já fiquei marcas de mãos brancas nas pernas e o restante vermelha, por descuido passei a mão de protetor solar na perna, e esqueci que elas queimam, e muito. Já atropelei sacos de lixo na minha procura incessante por uma sobra nas calçadas. Enfim, já passei por tudo. E sei que lá de cima o sol tá rindo de mim, como um sádico.
Depois de uma semana sob o domínio de um sol escaldante, estou toda cheia de brotoejas, com as bochechas vermelhas no melhor estilo Picachu e com incontinência urinaria, uma vez que estou bebendo liquido feito um camelo para tentar me manter hidratada, por isso... FRENTE FRIA, CADÊ VOCÊ????
                Embora corra o risco de morrer linchada, uma vez que a letra da música é verdadeira e:  “cariocas não gostam de dias nublados”, estou contando os dias para a chegada do outono.
Bjus.

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